Economia versus Saúde: Empresários, o que fazer?

Esse é um artigo atípico. Normalmente escrevo sobre técnicas de gestão e ferramentas, mas a situação do Brasil exige uma análise estrutural. Estamos diante de uma hecatombe econômica e social e torna-se necessário analisar friamente este cenário para se buscar opções para seus negócios.

Vamos partir do básico: as medidas de saúde pública empregadas no país estão erradas.

Um gestor minimamente razoável sabe que o processo de tomada de decisões é baseado em informações. No Brasil, temos dados superficiais.

Quando se fala em resolver um problema, você precisa entender o problema, suas causas e consequências. Sabemos que um vírus altamente contagioso, o COVID-19, assola o mundo. Sabemos que pessoas morrem contaminadas por esse vírus. Hoje temos aproximadamente 270.000 brasileiros que perderam a vida, contaminados por esse vírus.

Dados: o vírus é letal e o número de óbitos.

Poderíamos falar de pessoas contaminadas, recuperadas ou mesmo assintomáticas. Mas a quantidade de testagens é ínfima, o que não garante uma validade estatística de quantos brasileiros estão ou foram infectados.

Para uma tomada de decisões acerca das políticas de saúde a serem implementadas, seria necessário entender quem são as pessoas que faleceram. Assim transformaríamos os dados em informações.

Homens/mulheres, faixa etária, tipo sanguíneo, comorbidades pré-existentes, hábitos sociais e de saúde. Onde moram, se tem acesso à saneamento básico, faixa de renda, quantas pessoas moram na mesma casa. Como se deslocam para trabalhar, se tem filhos, se tem animais dentro de casa. Afinal, quem são essas pessoas? E essa parece não ser a prioridade do poder público, em nenhuma de suas esferas.

Retornamos a afirmação inicial: as medidas de saúde empregadas no país estão erradas porque não se tem informações para a tomada de decisões.

Os gestores estão trabalhando com dados muito básicos e guiados por uma série de testagens sociais que parecem não ter limites. Hoje, no Estado do Rio Grande do Sul, o Governo Estadual decide até mesmo o que as pessoas podem ou não comprar em um supermercado. Com base em que?

Decidir o que a população pode ou não consumir é uma agressão à direitos básicos, além de uma arbitrariedade que prejudica ainda mais o setor produtivo brasileiro e a economia nacional.

Quando se proíbe a venda de um artigo considerado “supérfluo” pelo governo, o impacto está em toda sua cadeia produtiva. As empresas e respectivos funcionários que produzem insumos para as fábricas, as fábricas que transformam os insumos e seus respectivos funcionários, a cadeia logística envolvida, os próprios estabelecimentos que agora são proibidos de vender e seus funcionários … uma simples colher que tem sua venda proibida impacta no trabalho de centenas de pessoas nos mais diversos níveis.

E nossos gestores públicos parecem não ter a mínima visão acerca os impactos de suas ações. Já são milhares de empresas falidas desde o início da pandemia, assim como milhões de desempregados.

Mais de 70% da população brasileira está endividada.

No ano de 2020 escrevi 2 artigos para ajudar empresários a contornar a crise:

Mas hoje é necessário refletir sobre o futuro. Digo isso com base no próprio planejamento da nossa empresa, que entre 2017 e 2018 passou por reformulações visando uma possível crise mundial. Que, por fatores diferentes dos que percebemos em nossa análise na época, mas igualmente catastróficos, hoje é uma das mais intensas de nossa história.

Vamos lá: sempre trace cenários possíveis, sempre busque estar preparado para tempos ainda mais sombrios.

“O Brasil não é para amadores”, você está percebendo nas políticas públicas. A dicotomia entre Economia e Saúde é algo que, na mais suave das análises, simplesmente é estúpido. As pessoas precisam de renda para sobreviver, independente das questões de saúde pública.

Só existe uma maneira da sua empresa sobreviver nessa tempestade: reestruturando seu negócio, ampliando sua atuação dentro do modelo onicanal, integrando alternativas tecnológicas online e offline.

Não se trata de aderir a modismos de marketing digital, longe disso. O que sua empresa precisa é encontrar formas de aumentar sua lucratividade ampliando sua atuação onde seu cliente estiver.

O foco é atender os clientes finais, não as empresas que farão a intermediação da venda dos seus produtos.

Isso se chama “encurtar seus canais de vendas”, isso é, afastar os intermediários de sua operação e se dedicar diretamente a quem consome seu produto. Empresas que dependem de outras empresas para a venda para clientes finais estão e estarão com problemas nos moldes atuais.

Lembre: o governo pode proibir seu revendedor de abrir as portas.

Assim como hoje você pode estar usando os serviços de vendedores terceirizados como o Facebook e o Instagram. Sim, você paga por espaço, não existe divulgação gratuita. Estamos falando de ROMI (Retorno sobre o Investimento em Marketing).

Seus vendedores estão impedidos de trabalhar.

Os compradores estão impedidos de trabalhar.

Os consumidores estão impedidos de sair para comprar.

Não espere uma utópica reabertura rápida dos negócios. Milhares estão falindo, ou você atua agora ou em breve ficará em casa … por não ter mais um trabalho.

É hora de estudar alternativas. Vou lhe sugerir duas:

É hora de se readaptar e buscar a inovação em sua empresa.

Ou espere que os governantes aprendam a fazer uma gestão profissional.

A escolha é sua. O tempo dos obsoletos acabou.

Alex Kunrath é consultor da IDATI CONSULTORIA E TREINAMENTO

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